O poema
O Menino Azul
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler).
Cecília Meireles
O nosso texto
O MENINO AZUL QUE NÃO SABE LER
O MENINO QUER UM BURRINHO
QUE SAIBA O NOME DAS FLORES, DAS
MONTANHAS E DOS LAGOS, DE TUDO.
QUEM SAIBA LER E ESCREVER,
ESCREVA NUM PAPEL O NÚMERO DAS PORTAS,
ESCREVA NUM PAPEL O NÚMERO DAS PORTAS,
PARA O MENINO AZUL QUE NÃO SABE LER.
O MENINO QUER UM BURRINHO
QUE NÃO REBOLE , QUE NÃO CORRA
E QUE SAIBA FALAR.
QUER UM BURRO QUE FALE.
O MENINO QUER UM BURRINHO
QUE SAIBA DIZER
O NOME DAS PORTAS E DAS CASAS.
E QUE NÃO CORRA E QUE NÃO PULE.
QUE SAIBA DIZER O NOME DAS FLORES
E QUE SAIBA INVENTAR HISTÓRIAS,
COM BARCOS, COM CARROS E COM BICHOS.
E OS DOIS SAIRÃO PELO JARDIM FORA A CORRER.
PELAS RUAS DAS CASAS E NO JARDIM,
APENAS MAIS LARGO E SEM FIM.
Grupo Arco-Íris
Grupo Arco-Íris
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Adorei!Fascina-me o brincar com a linguagem, os textos...bem sou uma apaixonada pela profissão e a novidade/criatividade/inovação...são fundamentais!
ResponderEliminarbjs grandes a todos